CASA AZUL
Tratou de por uma pinceladas de azul Nas partes das paredes e até no chão Cuidou de tudo com afinco, com zelo Havia perdido o tempo e/ou a razão Mas do pouco que ainda poderia fazer Tecia como uma passarinha tece seu ninho Com cipós e talas da fiqueira, como um lazer Construia a casa azul começando pelos degraus Aqueles que a levaria à iguaria da sopa quente Abraços apertados, beijos doces, cocadas E um gosto apurado, sentido por pouca gente. Açucenas, bela emília, foram as flores escolhidas Para os canteiros da casa: dos lados e da frente Mas ainda lhe pousava aquela amargura, ardor Eram os medos malogrados das despedidas O temor de uma possível partida de seu amor. E pensava: - antes não ter nunca sopa quente Pra depois de provar com ele seu mel, seu sabor Ter que perder, seu amado, seu valioso presente! Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 03/03/2017
Alterado em 03/03/2017 |