AQUELE(A) POETA Aquele(a) que interpreta da vida, todos os sentidos
Nos rostos mais expressivos, nos mais enigmáticos Que recatados discretamente, optam viver silenciosos É como encontrar o brilho do diamante que jaz oculto Nas profundezas do solo, de onde não se pode ver... E que garimpando em versos, faz seu brilho aparecer. Aquele(a) que transmite com sua arte em belos versos Os sentimentos ditos malditos, banais, sujos, lascivos Os eruditos, os estéticos, os amorosos, os inequívocos. Exaltar as paixões, as ilusões, os sonhos, os acertos, Ausentes de julgamentos, de juízos, sem confubulações, E que segue traduzindo o que há de humano nos corações. Aquele(a) que diz, que simplesmente traduz o que sente
Ou desdiz quando descobre que suas ações se contradiz E persegue a veracidade de todos os sentidos contidos Do que se diga como humanista, ou como fino, ou bruto. Apreciação da arte, prelúdio, feitio feio ou bonito Com registro na poesia, apenas o que tem que ser dito. Aquele(a) que fala os rumores dos proscritos do mundo
Como se as dores fossem suas, no âmago mais profundo. Exalta em versos a beleza das aves, flores, cores, Dos túneis féticos, bares, templos, ocas, vilarejos. O destino dos loucos, dos ébrios, dos tolos, famosos, Dos músicos, dos mortos, dos pobres, dos desditosos. Aquele(a) que intuitivamente até precede o cientista Pela percepção das coisas que habita e permeia o ser Mas no sentido incontrolável do que está a absorver Discorre em seus versos o que acha que deveria dizer Mas não é um semideus capaz de modificar o que ver Só traduz os entes dos outros no sorrir e no sofrer, Aquele(a) que é rotulado por não se enquadrar no meio
E que não se encaixa nos modelos tão iguais, tradionais Mas que pouco se liga em viver para ser aceito no meio Perpassa na vida, deixando as marcas de sua imaginação, E nos sonetos, trovas, cordel, com êxtase ou decepção Traduz empático(a), a emoção de Deus ante sua criação! Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 11/08/2016
Alterado em 11/08/2016 |