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Viagem com Tânia por um mar desconhecido...

Textos


RETALHOS

Agora saiu do bico de uma ave um canto.
Ouvi tudo.
Agora saiu de minha imaginação
Um remendo nesse canto, agora profundo.
Veio o som, a música, um retalho
Parte mágica da infinita beleza do mundo;
Um arrepio me fez estremecer
 E de repente me dei, a me conhecer...
Sinto-me parte do todo. Do bambu, do pássaro,
Do melãozinho, da luz que sai do abajur,
Do aparelho eletrônico. Sinto-me parte de tudo.
Emoções diversas junta-se a pensamentos mil
Agregamdo-se amorfos dentro de mim!
Uma alquimia estranha
Desloca-me no campo da imaginação
Fazendo-me velejar por emoções
Até então... desconhecidas.
Nessas horas nos reconhecemos pequenos deuses
A habitar o mundo mágico da poesia.
Junta-se a mim uma multidão plural
Todos os sentimentos de todos humanos
Desde a paixão, ao medo. Tudo diverso e tudo igual!
Desde a expansão da vaidade, da glória,
 Da profado, da soberba, do desejo de poder, do prazer
Quanto a simplicidade, a profundidade do belo,
 Da sutileza, da manha, maia, trama, medo
Tudo permeado pela vulnerabilidade
De tudo que está ainda está em segredo
Chega o estranhamento de nossas próprias possibilidades.
Suspiro profundo. Sinto uma confusão:
É novamente o raciocínio que se aproxima
Tomando conta e dissipando a leveza da poesia.
Perco então esse momento de magia
Morro no instante.  Sucumbo.
Desço do Olimpo ao cotidiano dos mortais.
Estou denovo no mundo.









Tela: Designer ucraniano Alexey Kondakov
( Os deuses clássicos na beleza do cotidiano)
Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 26/06/2016
Alterado em 26/06/2016


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Tela de Claude Monet
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