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Textos


AS MÃOS DE MEU PAI
Mário Quintana

As tuas mãos têm grossas veias como cordas azuis 
sobre um fundo de manchas já cor de terra 
— como são belas as tuas mãos — 
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram 
na nobre cólera dos justos...
Porque há nas tuas mãos, meu velho pai, 
essa beleza que se chama simplesmente vida. 
E, ao entardecer, quando elas repousam 
nos braços da tua cadeira predileta, 
uma luz parece vir de dentro delas...
Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente, 
vieste alimentando na terrível solidão do mundo, 
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los
contra o vento? 
Ah, Como os fizeste arder, fulgir, 
com o milagre das tuas mãos.
E é, ainda, a vida 
que transfigura das tuas mãos nodosas... 
essa chama de vida — que transcende a própria vida... 
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma..
Mário Quintana
Enviado por Tânia de Oliveira em 21/03/2016
Alterado em 21/03/2016


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