INFÂNCIA E POESIA
Por: Tânia de Oliveira A mãe chamava: vai na costureira... Cuida das unhas, do cabelo, da beleza Ela não podia, não tinha tempo, nem tino As unhas estavam roídas Pelo barro duro do quintal Esse era seu destino Ela fazia esculturas e colava as revistas Num painel todo enfeitado de jornal E ali se inspirava, fazia seus versos Para seu próprio recital Professora Enaura ensinava etiquetas Ela nem ouvia, pois estava distraída Inspirada nas águas, na beleza Nos doces banhos do rio Paraíba O pai, amoroso, mas sisudo Ensinava para ela, Sobre os perigos do mundo Mas ela cresceu como uma tola Desastrada, descuidada, uma lerda Mas em uma coisa conseguiu ser mestra Tornou-se... uma inspirada Poeta! Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 28/09/2015
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