FLORES AMARELAS
Por: Tânia de Oliveira O pesadelo da mente rondando o espaço escuro da noite Aquela sensação de insegurança dominava o corpo frio Era a lembrança dos fantasmas criados pela imaginação Era o medo da velhice, dos hormônios, da degeneração Era um monte de terríveis bichos que lhe rondava a paz Medo de perder a beleza, a segurança, medo da solidão Medo de ficar só, anônima, desamada e sem proteção Medo de ser trocada, comparada, medo de ser nada Medo de ficar feia, amarga, com rugas, a temida flacidez Medo de ficar esquisita, “balofa”, medo de ficar frígida De ser desrespeitada, não ter classe, não ser mais bonita Acordou de repente, lavou o rosto, olhou rápido na janela Viu flores amarelas, encheu-se de brilho, lembrou-se poeta Pode com um rápido olhar, divisar o sol ao surgir do dia E as flores orvalhadas que com a luz cintilante resplandecia E já não se fazia inverno em seu mundo interno. Agora sorria Lembrou de sua casa, de seus livros, seus filhos, seus bordados Lembrou-se dos doces beijos, da sensualidade que dela exala Lembrou-se da benção de ser mãe, de ver criança, de dar afeto Das loucas sensações da feminilidade, delicadeza, riso discreto Dos bicos rendados, vestidos curtos, batons, cabelos pintados Dos passeios na praia, dos rebolados, rezar, dançar rodado Da música, the blues, da melodia sensual em dia de chuva Sorriu para o dia, sacudiu a sensação de cansaço, a morbidez Tomou um banho frio e teve esperança para a vida, outra vez Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 31/08/2015
Alterado em 31/08/2015 |