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Viagem com Tânia por um mar desconhecido...

Textos


VIOLÊNCIA NO LAR!
Por: Tânia de Oliveira

     Conheceram-se numa cidadezinha do interior de Alagoas. Ela formada em professora, normalista. Ele tipógrafo desempregado. Mesmo assim casaram e com ajuda de amigos foram para São Paulo ganhar a vida.
     Alberto e Cássia conseguiram emprego em uma mesma gráfica. Juntaram um dinheirinho e com certo tempo estavam com capital para abrir um pequeno negócio. Começaram fazendo panfletos para políticos, depois convites de festas,  e de trabalhos corretos, prazo pequeno  cresceram de papelaria, ´pequena gráfica para um negócio mais alto.
     Nasceu o primogênito. Que criança linda! Promessa de uma família sempre unida. Voltaram a morar em Alagoas. Tiraram empréstimo e instalaram sua própria gráfica.Muito trabalho, disciplina, planejamento.
     Não demorou muito para chegar ao sucesso. Alberto viajava trazia camisolas e enfeites para sua esposa, companheira e sócia. E ela por sua vez se desdobrava em carinhos e atenção com o marido e agora três filhos homens.
     Até que um dia ouvem-se três disparos de tiros no silêncio da noite. Alberto pega a esposa ensanguentada e sai gritando por socorro: - Me ajudem  atiraram em minha esposa, ladrões, bandidos. Ele mesmo pegou sua Rural, carro chic da época e levou-a ao hospital. Mas para surpresa sua as balas passaram só de raspão e Cássia voltou para seu lar com leves ferimentos.
     A polícia investigou mas ficou a suspeita que foi desespero do ladrão para roubar. Mas inexplicavelmente não levaram nada!
     Passaram-se os meses e Alberto viajou para uma cobrança de serviços na Prefeitura de um município alagoano. La chegando foi convidado para uma festa, um churrasco comemorativo de bodas de Ouro de um conhecido, que estendeu-se até a casa de um amigo para um jogo de cartas de baralho. Tarde da noite ouviu-se um grito policial dizendo que a casa estava cercada e que ninguém saísse. Alberto atordoado, meio embriagado, desconheceu a ordem policial e correu pelas portas do fundo. Era noite tudo escuro. Ouviu-se um tiro. Infelizmente a bala pegou na nuca de Alberto que veio a desfalecer. A polícia lamentou o erro pois estavam querendo prender um suspeito de assassinato que estava naquele jogo. Infelizmente matou-se um inocente. Ele não deveria ter corrido!
     Cássia recebeu a notícia em desespero. O motorista a levou até a Igreja São Benedito em Maceió. Ela estava inconsolável. Gritava desesperada pelo nome de seu amado, marido, companheiro de todas as horas. Nisso, o filho mais velho abraçando-a chorando desesperado, encostou-a em seu peito e disse assim:
     - Mãe, deixe que eu e meus irmãos choremos a morte do papai. Mas você não chore mãe, pois aquele atentado que você sofreu foi a mando do meu pai. Estava assistindo televisão quando altas horas da noite ouvi barulho e escondido ouvi meu pai dando comando ao bandido para matar você. No inicio não entendi nada, mas depois que ouvi os tiros fiquei em surto. Depois que vi o desespero dele, pensei que ele tivesse se arrependido e não tive coragem de fazer nada. Mas larguei os estudos e comecei a viver embriagado pois o peso dessa revelação era forte demais para mim. Sempre amei meu pai. A  poucos dias descobri que ele tem uma amante jovem que está esperando um filho dele. Ele havia feito um seguro milionário e com sua morte ficaria rico. – Mãe, continuou ele chorando desesperado,  ninguém escapa da justiça de Deus. Aparentemente meu pai está inocente... mas infelizmente não está mãe!
     Cássia ouvia desesperada, atônita,  a revelação do filho. Era tanta dor junta que os fatos traziam! Naquele minuto entendeu porque o filho havia mudado tanto de comportamento,  deixara os estudos, vivia se embriagando, relaxou o trabalho na gráfica, logo ele que era tão responsável em seus jovens quinze anos de idade. Mas não teve tempo nem de duvidar do que o filho revelava, pois entrou de repente na Igreja uma jovem mulher grávida que gritava desesperada: - Não meu amor não me deixe só...Alberto..meu amor...não acredito que você morreu...acorda amor!!!
 
Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 07/02/2015
Alterado em 08/02/2015


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