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  FALANDO DE MARIDO... DE RELACIONAMENTO
Por: Tânia de Oliveira Ontem fui resolver uma questão de trabalho, e pensei em passar numa antiga cabeleireira minha pra dar um “trato” no meu. E fui. Encontrei-a deprimida, sem forças de trabalhar, mergulhada em uma dor profunda sem condição de me atender mas me convidou pra sentar um pouco. Disse gostar de conversar comigo. Indaguei sobre seu marido pois sempre ela se confidenciava, e ela respondeu: -Era sobre ele que eu gostaria de falar com você. Estamos numa nova crise. Meu esposo chega em casa indiferente nem me olha. Ele que sempre foi um pai carinhoso, não está mais o mesmo. Olha para as crianças com olhar ausente, quase não ouve seus reclames. E comigo que sempre tivemos uma vida sexual muito ativa... mudou bastante . As vezes dorme ate no quarto das crianças. Isso está me levando para uma crise depressiva. Estou me sentindo desprezada e essa rejeição dele está me tirando a vontade de permanecer com ele que sempre foi a minha alegria de viver... Vou me separar dele amiga. A proporção que ela falava, me envolvia um turbilhão de sentimentos contraditórios. Sei que há casos onde a separação é inevitável. Como quando há violência, problemas sexuais sérios irreversíveis, etc. Mas eu sabia que não era o caso dela... Ele sempre fora muito atencioso com ela. Então...como eu me comportaria e o que diria a ela? O que deveria ser dito naquele momento? Que existem milhões de mulheres nessa situação e que as mulheres caem nas armadilhas da vida porque elas “amam demais”? Lembrei o livro de Robin Norwood, Mulheres Que Amam Demais. Depois me veio na mente Mulheres Inteligentes, Escolhas Insensatas ...Dr. Connell Cowan. Mas na hora as teorias e os textos filosóficos foram para o ar....deixei a minha voz interior falar: -Minha amiga não se separe de seu esposo. Pode parecer machismo meu... mas é simplesmente a realidade que estamos vivendo . Separação quando se tem filho é um desastre principalmente para a mulher. Mamãe me disse uma vez quando estava viva: - Filha o casamento com filhos ...é como um trem em alta velocidade. Todos que saltam dele ao cair saem muito feridos, junto a família que cai com eles. Na época não dei ouvido, mas isso contém muita sabedoria. Hoje não aconselho ninguém a fazer isso. Sei que há casos que nem se comenta, como desrespeito, violência física etc . Mas em muitos casos exige maior discernimento do casal. Principalmente numa sociedade machista como é ainda a nossa. Vou enumerar algumas situações que gostaria de compartilhar com você e ouvir sua contra argumentação se for o caso. Refletiremos juntas: - Primeiro você está nova, continuei conversando. Vai se envolver com outro homem. E eles infelizmente devido a “formação machista “ disseminada, principalmente e irônicamente por nós mães e mulheres, ele provavelmente não será muito diferente do seu marido atual. Ou seja ...será mulherengo também, pois os homens na grande maioria possuem comportamento parecidos. Só com um agravante. Ele não será o pai de seu filho e lhe trará, salvo muita sorte, também muita frustração na forma como lidará com seus filhos. - Segundo, a separação deixa o casal mais pobre. Principalmente para quem já ganha pouco como vocês. Mesmo ajudando com pensão, seus filhos perderão além da presença do pai que de certa forma ajuda emocionalmente a eles...ainda assim certos desconfortos. O homem na separação, geralmente fica mais desconectado da realidade financeira do que a mulher. Eles passam a farrar mais com os amigos e amantes, como forma de se compensar . Montam outro lar e tudo é despesa. - Terceiro, você verá a mudança em sua vida social. Infelizmente isso é um fato e só sabe quem já se separou . Que mudanças serão essas? As suas amigas, irmãs, primas que antes lhe ouviam quando se confidenciavam ...vão com o tempo se enfadando de ouvir você. Ninguém gosta de pessoas infelizes. Ao mais, você se torna uma pessoa “menor”...uma mulher separada é um estigma e porque não dizer...para algumas “uma ameaça”. Até a vizinhança feminina muda com você lhe olhando pelos cantos dos olhos... Incômodo, até meio bizarro citar isso...mas é um fato! - Quarto, quando você está vivendo esse processo de amargura...tudo que se aproxima de você vibra na mesma faixa da sua vivência . Em outras palavras...tristeza atrai tristeza...mágoa atrai mágoa e assim por diante...E sua casa fica cheia de energia negativa que vai se perpetuar em outros relacionamentos que você entrar, porque atrairá pessoas na mesma faixa ... frustradas e mal relacionadas... Mas acho que você não está aqui por acaso amiga, continuei. Mas vou te aconselhar a fazer o que me aconselharam: -Trabalha esse sentimento negativo dentro de você . Mude os paradigmas. Começe a ver esse desafio que você está enfrentando, como uma oportunidade de desenvolver em você sentimentos de poder, tipo exercício do perdão, desprendimento, desapego, em suma ...uma guerreira na luta do bem contra o mal. Atrás de seu marido se encontra um dragão cuspindo fogo, que ameaça a paz de seu lar e de seus filhos. E que você irá lutar contra ele para ser ou não vencedora. Ninguém subestime a força de uma mulher nesse estágio... de defender seu lar. Use a imaginação. Você terá que se vestir como uma guerreira. Com uma armadura forte que é a do amor. Por mais fraco que seja um amor ainda é o mais forte dos sentimentos. Se é que podemos dizer que existe amor fraco... Recorra a diversas armas: da sabedoria, da humildade, do desprendimento, do discernimento e verás com será uma luta de glória. Paga a indiferença com o calor humano. Paga a frieza com o calor de teus abraços. Paga a falta de apetite sexual com a intensidade de teu beijo. Usa outra arma poderosa que é a Palavra. Diz palavras de carinho, de amor, de compreensão... Fala de quanto ele é lindo, de como faz amor de forma especial, fala da importância e da exclusividade dele para você nesse mundo. Que só ele interessa pra você. Lembra o presente maravilhoso que ele lhe deu através de Deus que são os filhos...Nunca perca tempo fazendo insinuações, cobranças, revivendo mágoas antigas. Caso você não esteja preparada para esse tipo de jornada...fico a lamentar porque confirma assim que infelizmente terá que sofrer muito para polir o espírito ...(fazer o que!)...Ou se cresce pela consciência ou pela dor. A maior experiência que um ser humano tem para crescer espiritualmente é na relação conjugal... Já dei esse conselho para muitas mulheres nessa vida. Algumas conseguiram e eu fiquei feliz em constatar isso. Outras não conseguiram assim como eu que quando entendi que precisava voltar...para tentar resolver...já estava com distância perdida... O racionalismo, meu cartesianismo falou mais alto. Minha peçonha, minha imaturidade e incapacidade de ver o horizonte em sua totalidade deixou que eu jogasse meu lar ao vento...nos causando muito sofrimento... Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 06/09/2014
Alterado em 22/07/2015 Comentários
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