A ROTAÇÃO DA MÃE TERRA
Por: Tânia de Oliveira A Mãe Terra envolve seus filhos nesse emaranhado dualista Dor e alegria, poesia e falácia, implacavelmente vida e morte Ciclicamente o redemoinho vai tragando e expelindo todas as coisas As garças, todos os pássaros voam sem ruídos sobre um céu azul rosado Inexoravelmente a criança é tragada vulnerável junto a pobreza Junto também a uma desigualdade absurda entre zelo e apelo A penúria corre solta e as flores abrem todas as manhãs no mundo inteiro Algumas pessoas sorriem algumas pessoas choram Outras trabalham ou rezam ou praguejam a vida que tem alento e ferida E o amor está sempre vivo...no coração dos descansados e dos aflitos Mas sempre na pendência do medo das perdas ou de uma esperança vã A mãe terra nina implacável seus filhos e filhas com ternura e dor Com preconceitos e direitos, ódio e amor, beleza...horror...estupor Os poucos caminhos que circundam a mãe terra são lineares... Eles os caminhos da terra, são mais tortuosos E os dias dos viventes são cheios de sol...ou ausentes...de luz ...chuvosos A ilusão floreia a vida, cortando com lâminas de aço o coração displicente Os ingênuos choram seu desalento como párias inocentes... Mas o convite é igual para todos menos para a pedra, para o mineral As horas seguem seu curso normal, Fazendo passo a passo o remoinho da história Rompendo o tempo sagrado do silêncio ... da música, um bem em si A terra gira ...está na dança circular da rotação... Apenas dança e gira sempre gerando o dualismo do coração E segue tecendo com barulho repetitivo a tagarelice da memória Com perdas e ganhos ...e os humanos tolos Saem garimpando sempre a procura de glória...fazendo história! Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 05/08/2014
Alterado em 07/08/2015 |