I N V A S O R
Quando me procurei, não me achei Não vi meus pés, nem minhas mãos. Embora isso fosse irrelevante Deveriam estar visíveis, de verdade! Quando me procurei como pessoa No possível labirinto mais íntimo Também não me encontrei... Subí a torre, desafiei a gravidade. Voei sobre o senso comum, a filosofia Meus olhos, minha mente, o coração, Nada cobinavam com meu ser em si. Era como se um ente alheio, estranho, Um invasor sagaz, dúbio, poderoso, Tomasse meu íntimo, tudo em mim: Criatividade, liberdade, inteligência... E habilmente me deixado dominada. Não, digo, alterada. Mais: prisioneira, Manifestando ações outras, distorcidas, Tornando-me estranha à mim mesma. Alienada do meu espaço poético, íntimo Onde a beleza e a feiura em essência, Onde os conceitos e suas formalidades, Não possuiam dualismo em sua verdade. Foi meu primeiro lampejo de consciência: Exterminar o autor de minha obscuridade. 14:48 16:06:2019 Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 16/06/2019
Alterado em 16/06/2019 |