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Viagem com Tânia por um mar desconhecido...

Textos


Conto:

DIZERES  PERFEITOS



_(...)Tenho algo importante para falar contigo, disse ele com a voz diferente.
Pode falar, respondeu ela, a moça de roupa clara.
_ Olha eu sempre te amei: continuou ele a falar. Só a pouco pude ver com qual intensidade, eu te amo.
_ E porque você acha, que só descobriu agora, falou ela com a voz complacente.
_ Porque aqui nessa experiência de moribundo, qualquer um perde todas as ilusões, e tu és uma experiência de muita realidade, para um pessoa como eu.
_ Desculpe mas não consigo entender. "Como eu",  como? Explique.
_ Não posso perder tempo com argumentos ontológicos. Certamente, vais descobrir, vais entender, aliás talvez ja saibas.Tenho pouco tempo e muita coisas para dizer.
_ Ela com lágrimas nos olhos, respondeu: Então digas!
_ Ele olhou profundamente e disse: Lamento tanto, nunca ter te dado sequer um beijo! Desejei te dar todos os beijos do mundo. Mas antes que o tempo se vá de vez, me dar tua mão. 
Ela aproximou-se dele, ofereceu-lhe  a mão trêmula. Ele apertou-a  e disse baixinho: Estou com medo da morte,  querida amiga. Diz-me algo inteligente e verdadeiro como só tu sabes dizer.
Ela acochegou-se o mais perto que podia dele e disse-lhe amorosamente:
_ Não tenhas medo querido amigo. Caso não houver  vida além da morte, nada tens a temer pois o nada não dói. E se existir vida, terás naturalmente um lugar especial, pois sempre fostes uma pessoa boa aqui. Portanto, não tens nada a temer!
Ele puxou  a cabeça dela para seu ombro, apertou a mão dela com força e pode disser ainda: Só tu para dizer-me coisas assim! Dizeres simples, claros, sinceros.
Dizeres perfeitos!

Tânia de Oliveira


Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 17/12/2017


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