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CRÔNICAS DE UMA PROFESSORA: POLÍTICA E SENSO COMUM

     
                             Raul é um adolescente, estudante de Economia.
Em Universidade Federal.
      Seu pai, comerciante aposentado, mantinha sempre um diálogo amigável com o filho. Embora não fosse um intelectual erudito, sempre fora um grande leitor.
       Há dias que essa discussão parecia não ter fim.
- Vai para rua a favor do impeachment? Tirar a Presidente Dilma do poder? Perguntou o pai exaltado.
 - Para colocar quem, no lugar dela? Pergunta a tia Nilza, entrando na conversa.
- Alguém com certeza, não melhor que ela, minha tia: respondeu Raul imediatamente.
-  Como assim, interpelou o pai?
     O que está acontecendo no País é ímpar, meu pai. E simples de entender: Um País sem educação de qualidade, leva seu povo ao analfabetismo político. E daí, ao caos, favorecendo ao estágio de ignorância, violência, fome, indigência, favoritismo e desigualdade social.
      Desde o inicio de nossa história, fomos governados pelos interesses da oligarquia, que favorece o surgimento de uma política desumana e corrupta. Nesse tempo, no entanto, tudo era sutilmente camuflado, oculto, sedimentado em ideologias alienantes cujos juízos de valor eram astutamente manipulados pelos governantes e seus aliados.

     Ou seja: o que se ver atualmente, é uma hipocrisia generalizada. Rouba-se a democracia através da compra do voto, das falácias discursivas, rouba-se nos impostos, rouba-se nas instituições federais, estaduais e municipais, com raras exceções.

- Espere aí meu filho, argumentou o pai. Essas instituições são formadas pelo povo. Ali na multidão, estão as pessoas exercendo seu direito de tirar seu governante quando lhe aprouver. Isso é sagrado.

 - Estas instituições meu pai, continuou o filho, são lideradas por patrões,  “indicados”, para manter o “status quo”, “o que está como está’, ou seja: o “senhor” no domínio e os “servidores”mantendo-os onde estão. Estão eles, no Congresso Nacional, nos Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.  Nas instituições públicas, particulares, religiosas etc. E como eu disse antes, com raras exceções.Seria muito bonito se o povo estivesse livre nas ruas por liberdade de expressão. Mas estão ali como gado em bando correndo e fazendo o que a mídia quer. Estão sutilmente e maquiavelicamente induzidos por palavras de ordem e frases de efeito. Por “conceitos éticos e universais”, sem nenhum alicerce real que não seja manipular a sentimentalidade do povo para um fim comum: tirar alguém que não está servindo a seu interesse partidário e colocar um dos seus.

E o que estaria no alicerce disso tudo? O Capital! Isso pai, a manipulação para usos e frutos do Capital!
AH, falou a tia sacudindo-se: - O Capital, dos “Pecados Capitais? A Ambição, Luxúria, Inveja, ira etc?
Mais ou menos por aí minha tia...por aí! Raul encerrou assim a conversa.




 

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*Tânia de Oliveira
Escritora, Poeta, Professora  Pós Graduada em Filosofia Social: Ética e Política - U F A L

 
 
 
 
 

 

Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 13/03/2016
Alterado em 28/08/2022


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