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Viagem com Tânia por um mar desconhecido...

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VIÇOSA E A SERRA DO DOIS IRMÃOS
Por: Tânia de Oliveira




A terra era  boa, o rio era grande e a tribo era irmã
Ani  era uma índia de rara beleza nascida do amor
Do Cacique Touro Forte Com sua amada mulher  Niala
Desde miúda Ani corria pela pradaria com Zoi e Aim
Seus parentes e amigos de infância de tribo
Ani gostava de dar água para os bichos
E Aim a acompanhava em tudo
Zoi era belo e carinhoso, mas amava o que fazia: nascera para caçar
Ani corria com rapidez em sua canoa em busca de flores
Para enfeitar  seu colar e suas tranças
O rio Paraíba era cheio de pedras e de curvas sinuosas
Precisava de perícia para atravessar para a outra margem
Ani era destemida e não queria ajuda dos amigos
E remava além da margem do caudaloso rio
Eles observavam curiosos  a destreza de Ani com os remos,
Driblando as águas do belo rio 
Aprendera a fazer isso com sua mãe
Enquanto o pai as observava orgulhoso
Em dias de sol forte Ani pintava duas listas brancas em sua face
E uma amarela ou azul sobre os olhos e outra entre os seios
Sua mãe também  ensinou a pintar os braços e o rosto
Com cores fortes para chamar o sol após a invernada
Ani cresceu, deixara de ser criança e sua beleza também
Nos mergulhos em seu banho matinal estranhou
Os olhos dilatados, mas inquietos de Zoi na beleza de seu corpo nu
Depois os olhos mais atentos de seu companheiro de infância Aim
Comentara com sua mãe que sorriu sem medos
Está mulher feita filha! Aludiu a mãe
Festa da Caça. Dança na tribo 
Ani foi bela com seu balançado de maracás
Aim e Zoi se desentenderam, Ani acudiu
Não compreendeu ao assunto entre os dois e depois sumiu
Havia agora dois irmãos, uma índia
E uma rivalidade: Ambos queriam Ani para mulher
Ani então escolheria um dos dois irmãos até a lua cheia surgir
Anne subiu no pé de Jequitibá bem no alto dos galhos mais fortes
Para receber aconselhamento da lua e das estrelas
Amava os dois com muita intensidade e não sabia como escolher
Ficou em dúvida... eram como irmãos... preferiu então morrer
Saltou do alto da serra para que o rio levasse as suas dúvidas
Junto a disputa dos dois irmãos que eram seus eternos companheiros
Assim, não haveria mais disputas e a paz na tribo continuaria sem luta
Ah! Mas a noite não terminou com sua viagem pelas profundezas do rio
Relâmpagos e trovões anunciaram a sua partida para toda taba
Aim e Zoi se fitaram em desespero subiram na serra e desapareceram
Gritaram seu nome e se atiraram em busca do desconhecido caminho
A tempestade junto aos brados fortes acompanhavam
Aquela enlouquecedora procura pela bela amada
Atiraram-se os dois ao mesmo tempo gritando seu nome Aimmmmm
 Daí um estrondoso eco retumbou com uma forte luz
Acendendo todo  o universo enquanto o vento com a força de um tufão
Junto a um  clarão medonho que se fez em todo espaço lunar
Toda tribo viu  tupã de braços abertos
A  abraçar seus filhos: Ani, Aim e Zoi
Enquanto as águas que os tragara fez-se cachoeira e chamou-se Ani
E da terra de onde se atiraram os três... agora juntos ...dados as mãos
Tupã criou em Viçosa junto ao rio Paraíba a Serra dos Dois Irmãos!
 


 
 
Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 08/07/2015
Alterado em 24/01/2018


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