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PENSAMENTO SISTÊMICO
– A TEIA DA VIDA
 
“Todos os seres vivos
são membros de comunidades ecológicas
ligadas umas às outras numa rede de
interdependência.”
(Capra, 1999)
 
     As  preocupações com o meio ambiente adquiriram suprema importância, expressados por uma série de problemas globais que se encontram danificando a biosfera e a vida humana de uma maneira alarmante. Alguns cientistas perceberam que os principais problemas de nossa época não poderiam ser entendidos isoladamente, pois tinham um caráter sistêmico: interligados e interdependentes.
     As soluções para os principais problemas de nossa época demandavam mudanças radicais em nossas percepções e nos nossos valores, porém essa compreensão ainda  não havia despontado entre a maioria de nossos líderes políticos, não atingia a maioria dos líderes das nossas corporações, nem os administradores e os professores das nossas grandes universidades.     Tais líderes não apenas deixavam de reconhecer como os diferentes problemas eram interligados, como também se recusavam a reconhecer que as suas soluções afetavam gerações futuras. Sob o ponto de vista sistêmico, as únicas soluções viáveis seriam as soluções sustentáveis. Assim, o conceito de sustentabilidade de Lester Brow do Worldwatch Institute, adquiriu importância-chave para o movimento ecológico: “uma sociedade sustentável é aquela que satisfaz suas necessidades sem diminuir as perspectivas das gerações futuras”(Brow apud Capra,1981), sendo o grande desafio de nossos tempos criar comunidades sustentáveis.
     Os valores dominantes que modelaram a nossa cultura por várias centenas de anos, referenciavam-se na “visão do universo como um sistema mecânico, composto de  blocos de construção elementares; na visão do corpo humano como uma máquina; na visão da vida em sociedade como uma luta competitiva pela existência; na crença no progresso material ilimitado, obtido por intermédio de crescimento tecnológico; na crença na sociedade na qual a mulher era classificada em uma posição inferior à  do homem. (Capra, 1999).
     O novo paradigma concebeu uma visão de mundo holística – um mundo como um todo integrado, também podendo ser entendida como uma visão ecológica. A percepção ecológica profunda reconhece a interdependência fundamental de todos os fenômenos: ela vê o universo não como uma coleção de objetos isolados, mas como uma rede de fenômenos que estão fundamentalmente interconectados e são interdependentes. A ecologia profunda reconhece o valor intrínseco de todos os  seres vivos e concebe os seres humanos apenas como um fio particular da teia da vida. (Capra, 1999)
   Aprender com os ecossistemas significa aprender como viver de maneira sustentável: durante mais de três bilhões de anos de evolução, os ecossistemas do planeta têmse organizado de maneiras sutis e complexas, a fimde maximizar a , essa sabedoria da natureza é a essência da eco-alfabetização.

     Os princípios básicos da ecologia passaram a ser aplicados como diretrizes para construir comunidades humanas sustentáveis, sendo o primeiro deles o da interdependência: todos os membros de uma comunidade ecológica estão numa vasta e intricada rede de relações, a teia da vida.
   A interdependência é a natureza das relações ecológicas. O sucesso da comunidade toda depende de cada umde seus membros, enquanto que o sucesso de cada membro depende do sucesso da comunidade comoumtodo.
  Entender a interdependência ecológica significa entender relações, nutrir a comunidade significa nutrir essas relações. As relações entre os membros de uma comunidade ecológica são não lineares, envolvendo múltiplos laços de realimentação. Uma perturbação no ecossistema não está limitada a um único efeito, mas tem possibilidades de se espalhar em padrões cada vez mais amplos, podendo até mesmo ser amplificado por laços de realimentação interdependentes. Nos ecossistemas, os resíduos produzidos de uma espécie é alimento para outras, de modo que o ecossistema todo permanece livre de resíduos.
  Os sistemas industriais são lineares, enquanto as atividades comerciais extraem recursos, transformam-nos emprodutos e em resíduos, e vendem aos consumidores que descartam mais ainda resíduos. Os lucros privados são obtidos com os custos públicos (bens gratuitos: ar, água e solo), emdetrimento do meio ambiente e da qualidade geral da vida, às expensas das gerações futuras. A alfabetização ecológica ensina que esse sistema não é sustentável.
  A economia enfatiza a competição, a expansão e a dominação; a ecologia enfatiza cooperação, a conservação e a parceria. A
interdependência, reciclagem, parceria, flexibilidade e diversidade são básicos da ecologia, emconseqüência, princípios da sustentabilidade. “A sobrevivência da humanidade dependerá de nossa alfabetização ecológica, da nossa capacidade para entender os princípios da ecologia e viver em conformidade com eles”.
 
REFERÊNCIAS:
 
CAPRA, A Teia da Vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. Tradução Newton Roberval Eichemberg. São Paulo: Cultrix, 1996. 256 p. Título Original: the web of life: a new scientific understanding of living systems.
 
CALLENBACH, E; CAPRA, F; GOLDMAN, L.et al. Gerenciamento ecológico. Tradução Carmen Youssef. São Paulo: Cultrix, 1993. 203 p. Título Original: Ecomanagament.
 

 
FRITJOF CAPRA
Enviado por Tânia de Oliveira em 28/09/2014
Alterado em 10/07/2015


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